É dezenove, mas é quinze.

    A cada vez que um aniversário vem chegando, vai dando um aperto no coração. É engraçado, nunca pensei que fosse verdade o que todos falam "depois dos 18, os anos começam a voar" e é exatamente o que está acontecendo. A verdade é que é difícil crescer, aceitar que já está grandinha para apenas colocar os fones de ouvido, esquecer do mundo e não se preocupar com o amanhã.

 Sinto falta de ter 15 anos, de ir pra escola ou matar aula com os amigos, de ser extremamente inconsequente, só pensar em dar risada, e de se divertir. Por que a vida era tão fácil e eu não sabia?

 Ficar grande parece um efeito regressivo, em vez de ganhar mais coragem, mais paciência, mais determinação, você vira um saco de inseguranças e medos, mas também, se torna um ótimo ator, atua como se estivesse tudo bem, mas por dentro está um tremendo fuzuê.

 Acho que isso é apenas uma fase, depois se acostuma, com os novos pensamentos, a nova rotina, as novas pessoas. Construir o seu próprio futuro é difícil. Pensar nisso é chegar em alguma conclusão é mais ainda.

 Mas acredito que envelhecer é só um detalhe, o importante é manter sua adolescência dentro de você. Tá eu sei que 19 anos não é ser velho, mas é um começo. Não quero envelhecer por dentro. Não vou envelhecer por dentro. 

 Pode parecer baboseira para outros, mas quando me perguntarem o que eu quero ser quando "crescer" minha resposta será "adolescente". Aprendi isso com Paulo Leminski.

"Quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta adolescência

vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência

vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito

vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito

então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência."

 Obrigado amigos, pela festa surpresa de 15 anos no quarto, para uma menina de 19.