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Cheiro de fim.

 
Fim de ano, de novo. Nessa época tudo fica diferente, tudo com um drama de finalidade, parece que até o cheiro no ar muda, tudo fica com gosto de fim, as coisas mudam, as músicas mudam, as cores mudam, a televisão muda, as pessoas mudam, e pensando bem, gosto disso.

 É domingo, e sei exatamente como vai ser o dia, sei que vou brigar com a minha irmã para ela arrumar o quarto e, que vou brigar com meu pai por ele tomar posse do controle remoto da tv, para assistir os mesmos programas chatos de domingo, e sei também que vou acabar sentada no quintal lendo aquele livro de aventura que ainda não terminei ou jogando conversa fora com alguém na internet. Sei disso por que é rotina, é o que sempre acontece, então percebo que o ano está acabando e chega o desespero de querer fazer em um mês tudo que eu não fiz durante o ano.

 Pego uma agendinha velha e começo com uma lista, uma lista de metas para serem cumpridas até fim do ano, coisas bobas e coisas que não faço a minima ideia de como fazer, até me divirto fazendo isso, mas sei que aquilo vai voltar para gaveta e vou esquecer da metade do que escrevi.

 Menos de dois meses e um novo ano chega, cheio de promessas e expectativas, metas a serem cumpridas e problemas para serem esquecidos, é tão boçal que chaga ser engraçado a forma como todos nós somos iguais ao pensar que depois dos fogos de artificies tudo vai mudar de repente, que teremos sorte, paz e que tudo vai dar certo, isso é uma coisa boa não é? Mas também é tão ilusório, é só uma divisão no tempo para o homem ter um certo "controle" sobre ele. O ano é como ter vários pacotes de salgadinho, você abre ele e fica feliz comendo o seu salgadinho, então ele chega ao meio e você já está quase cheia, o final vai chegando, os salgadinhos já estão quebrados e esfarelados, então você decide deixa-lo de lado e esperar até o próximo pacote ser aberto. É isso o que fazemos, começamos cheios de planos, mas depois vamos desistindo... E então deixamos para o ano seguinte. Então decidi que comerei o farelo e lamberei meus dedos antes do próximo pacote ser aberto, terminar o que começo, porque só assim as coisas vão dar certo.

 Decidi que esse ano não vai ser só mais um, vai ser diferente, as coisas ruins que aconteceram guardarei como aprendizado e as coisas boas só guardarei, e farei isso nos próximos anos também, não vou esperar o seguinte chegar, o que tiver que ser feito vai ser no agora, decidi... Talvez esse seja só mais um pensamento solto em um domingo qualquer. Respiro fundo e sinto mais uma vez esse cheiro, esse cheiro de fim que eu tanto gosto, e enfim decido que é melhor aproveitar enquanto posso dormir com o pisca-pisca da arvore de natal ligado.

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